Fórum "Ideias com Futuro"
Candidatura de Paulo Valério à CPC PS Coimbra
Foyer do Teatro Académico Gil Vicente, 30 de Março de 2010
Participaram:
Paulo Jorge Granja (moderador)
António Pedro Pita
Isabel Nobre Vargues
Francisco Curate
Foi um debate aceso e bem-disposto, que permitiu a concretização de algumas ideias-chave que permitem dar orientação a uma estratégia politica cultural para Coimbra.
À sensação de um certo cinzentismo e auto-flagelação que perpassam o espírito colectivo de Coimbra o professor António Pedro Pita contrapôs uma série de exemplos de revitalização patrimonial da cidade, que têm sido levados a cabo por intermédio de grandes nomes da arquitectura portuguesa contemporânea, e sob a égide dos poderes públicos que tanto se diz desinteressarem-se pela cidade. O mesmo orador assentou a tónica da sua participação no facto de os debates recorrentes sobre cultura em Coimbra carecerem de uma certa efectividade, relevando que o que é necessário é definirem-se 2 ou 3 objectivos que deverão ser discutidos e preparados, sim, mas uma vez escolhidos deverão orientar a politica cultural, sem desvios, retro reflexões ou discussões paradigmáticas que só fazem atrasar a implementação e o sucesso de qualquer estratégia que se tente delinear. Segundo o Director Regional de Cultura, o Património, o Teatro e o Livro (como eixo de industrialização de cultura), são as mais valias de que Coimbra dispõe no âmbito da política cultural.
Para Francisco Curate o diagnóstico da doença cultural coimbrã está feito, a conclusão é sempre a mesma e tem a ver com falta de financiamento e interesse do poder público. Além disso, corroborou o professor António Pedro Pita na necessidade de se seguirem dois ou três pontos fortes orientadores da política cultural. Embora questione uma efectiva decadência cultural, pois considera que continuam a fazer-se coisas extraordinárias, alegou verificar-se que o financiamento da CMC é curto e regressivo de há seis a oito anos a esta parte. Francisco Curate referiu o carácter essencial da cultura, que tem feito de Coimbra um farol cultural do país.
Terminou alegando que os subsídios não devem menorizar os artistas pois "não é por se receber subsidio que se é parasita", já que toda a gente merece ser paga pelo seu trabalho.
A professora Isabel Vargues refutou a ideia de decadência na cultura em Coimbra, chamando a atenção para a existência de vários públicos, do analfabeto ao erudito, que têm que ser trabalhados e motivados de diferentes maneiras, contrapondo esta variabilidade à ideia feita da existência de público como entidade monolítica com comportamento homogéneo.
Do público presente destacam-se as ideias de que a cultura é geradora de riqueza e contribui efectivamente para a democracia participativa, um aspecto pouco focado na sua valorização.
Olga Moreira, organizadora da iniciativa cultural urbana “Mercado Quebra-Costas”, presente na audiência, falou do seu projecto, particularmente das dificuldades e facilidades que se depararam na sua realização.
Para Paulo Abrantes, fotógrafo, presente no público, a “culpa” da ineficiência cultural da cidade não é dos poderes públicos mas sim dos artistas e agentes culturais que vivem de costas voltadas, não colaborando nem participando das actividades uns dos outros.
A participação foi calorosa e interessada da parte de todos tendo-se estendido as conversas para fora das portas do TAGV, pela noite dentro, em grupos menores, mas não menos interessados ou empolgados
sexta-feira, 9 de abril de 2010
Resumo - Debate Cultura
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário
Todos os comentários deverão ser identificados.
A sua publicação fica condicionada a critérios gerais de urbanidade.